terça-feira, 26 de julho de 2016

A casa da porta branca (2)

AINDA NÃO LEU O CAPÍTULO 1? 
Segue o link: http://dangerous3.blogspot.com.br/2016/07/a-casa-da-porta-da-branca.html Novos capítulos toda quarta.

LEIA TAMBÉM O CAPÍTULO 3: http://dangerous3.blogspot.com.br/2016/08/a-casa-da-porta-branca-3.html
Charlye

Eram 19:20 quando a garota de nome Charlye terminou de ler seu diário. Quando mais nova tinha uma imaginação muito fértil, tanto que escreveu até mesmo como pensava ser o homem perfeito. Na adolescência, a jovem (hoje com 23 anos) tinha muito amor por aquele diário (que por muitas vezes assumiu o papel de seu melhor amigo) até que terminou o colégio e foi para a faculdade. Passaram-se anos e só essa semana arrumando seu antigo quarto (na também antiga casa de seus pais), reencontrou-o, sentiu-se mais emocionada do que queria assumir. Sentiu vergonha até! Afinal, era uma adulta chorando ao ver uma agenda branca a qual confidenciava suas aventuras todas as tardes no jardim de sua mãe. Charlye estava cansada, pois passara os dois dias anteriores arrumando toda a bagunça da casa, quase não acreditava que voltaria a viver ali. Foi muita bondade de seus pais não venderem aquela casa que trazia tantas boas lembranças, e mais! Presenteá-la com a moradia (por um minuto pode ouvir a voz de suas amigas de faculdade a acusando de ser burguesa e ganhar tudo de mão beijada), mas o pensamento fora embora rapidamente. 19:53! Estava na hora de comer alguma coisa. Então, ela foi para a cozinha preparar um sanduíche. Seus pequenos pés tocavam o frio chão de madeira, o suéter cinza chegava até seus joelhos, quem a visse não saberia se ela estava de short ou não, mas estava. Em frente a pia, ela reparou o jardim lá fora, estava horrível e teve a impressão de ver alguém na porta. A garota então se assustou, ninguém sabia ainda que ela estava de volta, porém ela sempre vivera ali (exceto os últimos 3 anos), talvez fosse a dona Flávia que a reconheceu e viera trazer bolinhos. De qualquer forma, pegou seu revólver calibre 38, colocou por dentro da manga do suéter e foi para o corredor, ficou de frente a porta fechada que dava para rua... Caminhou devagar... Tocou a maçaneta... Sentiu o medo e adrenalina percorrerem seu corpo... E quando abriu a porta... Viu apenas a rua vazia, e um gato se lambendo no corrimão da pequena escada. Sorriu e voltou para dentro da casa, passou pela mesa que deixara seu diário.
- O que? – perguntou olhando a mesa vazia.
Ela procurou seu confidente, mas não o achou. Correu novamente para a porta de entrada, antes de abri-la parou e ficou olhando receosa, aquela porta de cor branca e maçaneta dourada parecia olha-la de volta, como se carinhosamente dissesse “é melhor ficar aqui dentro!”.

Capítulo 02

Quando Frank abriu a porta de sua nova casa, foi levado por uma sensação... quase que um instinto, que o dizia que não estava preparado para encontrar o que estava lá dentro, e quando ele finalmente adentrou-a, percebeu que no corredor de entrada estava uma mulher de vestido preto. Seu corpo parecia desenhado de tantas curvas bem formadas, cabelos castanhos, olhos verdes e com um belo sorriso no rosto. Frank sabia bem de quem se tratava e conhecia pelo menos dez amigos seus que gostariam de chegar em casa e vê-la, mas ele por outro lado não ficou nem um pouco empolgado. Já não via aquela pessoa há 7 anos e esperava não vê-la mais, porém ela estava ali, em pé diante dele, sua irmã Clarisse a qual detestava a muito tempo.
- Tira esse sorriso da cara! O que está fazendo aqui? Como entrou? -Disse colocando as sacolas no chão.
- Meu Deus! Como você é babaca. – Clarisse pareceu realmente ofendida, e continuou. – Não te vejo a tanto tempo e quando venho ficar uns dias com você, me deparo com outra pessoa morando na sua antiga casa! Tive que fazer quase uma "investigação" para descobrir onde você morava. E entrei pela porta dos fundos... Ela já estava aberta.
- Clarisse... O que diabos faz aqui? E não me venha com essa história de passar uns dias, você me detesta, e saiba que o sentimento é recíproco.
- Escuta só, pirralho. – apesar de saber que o irmão odiava ser chamado assim, Clarisse demonstrou carinho nas palavras. – Está na hora da gente esquecer as brigas do passado... Olha para mim, garoto! Nós éramos melhores amigos. Será que uma briga é suficiente para a gente morrer sem se falar?
- Morrer? – intrigou-se Frank.
- É modo de falar. – explicou. - Eu não queria ter perdido você.
- Está chorando? – Frank só havia visto a irmã chorando no enterro de sua avó.
- É claro! Seu idiota! Sabe o que é saber, que seu irmão te odeia? Nem Natal nem sequer um aniversário há 7 anos! Você sempre me dava um abraço de aniversário e dizia... “Nunca sabemos quando será o último, mas...”
-“...pelo menos esse ano temos mais um abraço de presente...” – ao terminar a frase que sempre dizia a irmã, Frank abaixou a cabeça, a luz amarela que iluminava o corredor deixava o papel de parede (marrom com dourado) trazer conforto a sua visão periférica, no entanto, a cabeça do rapaz doía, parecia que uma quentura subia do seu pescoço até a raiz de seus cabelos, sentia a garganta inchada e quando menos percebeu, viu uma gota cair no chão. Sua boca abriu, ele queria pedir desculpas, mas não saia nada e a cada lágrima que descia do seu rosto era uma imagem da irmã quando mais nova, parecia que a cabeça do rapaz estava dentro de uma caixa... Tentar segurar aquelas lágrimas era como tentar parar um caminhão em movimento. Seus olhos marejados já não formavam imagens nítidas, e quando sua irmã o abraçou, ele a apertou junto ao seu corpo, não queria que ela o soltasse, os dois estavam em lágrimas e ficaram assim por alguns minutos, nada foi dito, mas muito foi pensado.
Os dois sabiam claramente que não estavam completamente resolvidos, mas fariam de tudo para consertar as coisas, até porque o verdadeiro motivo da briga foi algo do qual sinceramente nem lembravam, mais importante que o motivo foram as palavras e agressões que seguiram o fato. Geralmente, o que causam grandes brigas é algo pequeno, que um dia é até resolvido, mas as dores, as feridas e as perdas, jamais serão esquecidas, e essas lembranças causam novas confusões. Foi ali chorando, que os dois irmãos entenderam porque as guerras nunca trariam paz ao mundo.
Mais tarde, os dois estavam exaustos de tanto chorar. Clarisse se ofereceu para fazer o jantar se o irmão (claro) arrumasse a mesa.
- Por mim, tudo bem. – disse Frank, já retirando a primeira caixa de livros de cima da mesa.
Frank continuou calmamente arrumando a mesa, quando de repente viu uma agenda branca, ele não sabia o que era, mas achou ser da irmã, pois tinha certeza que não fazia parte dos seus materiais. A curiosidade bateu forte e ele abriu o caderno, dentro estava escrito:
“Diário da Charlye
Não mexa! ”
Não era a letra de Clarisse, Frank tinha uma interrogação na testa de tão confuso. Ignorou as primeiras páginas que tinham vários desenhos e chegou em uma que descrevia o homem perfeito, para a tal “Charlye”.Frank começou a achar que era mesmo uma pegadinha da irmã, pois o homem descrito não era outro senão ele, Frank ouviu alguém mexendo na entrada da frente, quando se virou, sentiu um vento forte percorrer seu corpo e na frente da sua porta, de costas para ele, tinha uma garota baixa, de cabelos enrolados que desciam até as costas...

Assim que Charlye tocou a porta ouviu um barulho as suas costas, quando se virou, viu uma poeira dourada formar um homem em pé com seu diário nas mãos, se já não fosse bizarro o suficiente, o homem que se materializou era exatamente o que ela descrevera em suas memórias.
O homem a olhava extremamente intrigado, ela deveria estar com medo, mas talvez o choque tenha sido mais forte. Ela segurava a maçaneta com força, pois era a única medida de segurança que sua mente (pouco útil naquele momento) a permitiu pensar. Caso ele corresse em sua direção, abriria a porta e correria, mas o homem olhou para o lado abriu a boca e gaguejou alto “C-Clarisse”. A garota assustou-se, abriu a porta e soltou a maçaneta. O rapaz também se assustou e soltou o diário, a garota ouviu que algo havia caído, olhou instantaneamente para trás e apontou seu revólver por instinto... O homem havia sumido, apenas o diário estava no chão.

Clarisse ouviu a voz do irmão e correu até a sala, viu a porta sozinha se escancarar violentamente e o irmão deixar cair alguma coisa que não chegou tocar o chão.
Frank não conseguia fechar a boca. A garota havia aparecido e sumido do nada. Sem tirar os olhos da porta aberta, ele abaixou e tateou o chão atrás do Diário e demorou alguns segundos até perceber que já não estava ali... Ele se levantou olhando para todos os lados, sua irmã tinha a mesma expressão de susto que ele. Os dois estavam em pé de frente ao outro, um metro de distância mais ou menos, o único barulho que se ouvia era de uma mosca rondando a lâmpada acima do espaço entre eles



Fim do capítulo 02

Criado e escrito por: Thanos
Editado e revisado por: Natália Dias

quarta-feira, 20 de julho de 2016

A casa da porta branca

Olá, galera! Estou aqui para informar que postarei a história "A casa da porta branca". Será postada em alguns capítulos semanais e esse formato é para que vocês acompanhem o desenvolvimento geral da história.

LEIA TAMBÉM O CAPÍTULO 2: http://dangerous3.blogspot.com.br/2016/07/a-casa-da-porta-branca2.html

Há muitos anos viveu um feiticeiro que estava sendo questionado por não atuar mais, porém ele sempre dizia que estava criando algo que mudaria a vida de duas pessoas. Todos começaram achar, então, que o último feiticeiro da terra havia finalmente enlouquecido, pois vivia enfurnado em sua cabana sem nada dizer, e sem contar que ele levou um grande pedaço de árvore para lhe fazer companhia. Meses se seguiram e em uma manhã de inverno, quando todos acordaram, viram no meio da vila, onde homens eram enforcados e produtos apresentados, um feiticeiro sorridente e um grande lençol cobrindo algo. Quando todos se aproximaram, o lençol finalmente foi puxado, revelando uma porta branca. Apesar do susto inicial, a população sempre acreditara que o feiticeiro faria coisas extraordinárias até em pedras. No entanto, quando perguntado o que a porta fazia o feiticeiro apenas sorriu maldosamente e disse;
- Para vocês? Absolutamente nada.- e como se o ar virasse um espiral, ele sumiu em rodopios.
Depois daquele dia, não se ouviu mais falar do homem de poderes incríveis, e nem mesmo se soube o que a porta fazia, no entanto, quando a pequena vila foi crescendo, os moradores criaram um museu e colocaram a porta em exposição. Eles acreditavam que um dia descobririam o que ela fazia. Com o tempo, todos que viveram na época do feiticeiro foram morrendo, e depois seus filhos e os filhos de seus filhos, até que a história virou lenda e a lenda se tornou chata. O museu foi destruído em uma guerra e só a porta sobreviveu ao ataque e quem a achou nem deu-lhe a importância devida (pois já nem se lembrava da história). Depois da guerra, uma porta é uma porta, e portas trazem segurança. O homem achou linda aquela porta branca, e colocou-a na entrada de sua casa, a porta não fez nada de especial, porém, aquela família viveu sem sofrer os dramas que sucederam a guerra.
Mais ou menos 120 anos depois, a casa da porta branca foi considerada amaldiçoada, pois parecia que morava mais alguém lá e muitos diziam que era a família do homem que colocara a porta branca nela, porém as características sempre mudavam.
Mais anos se passaram e chegamos em 1990. A casa da porta branca está há muito tempo sem moradores. Um homem chamado Frank, interessou-se pela moradia e se impressionou ao ver que apesar da casa precisar de muitos ajustes, a porta estava intacta!
- Essa porta é nova? - perguntou Frank ao vendedor imobiliário.
- Por incrível que pareça, não! Ela é de uma madeira muito boa, daquelas que não se veem mais hoje em dia. - respondeu o corretor, que olhava assustado para os cantos.
- O senhor está bem?
- Sim, sim... Olha senhor Frank... - começou o corretor no tom mais desanimado que encontrou. - A verdade é que de uns bons anos para cá, as pessoas dizem que essa casa é mal assombrada... Talvez o senhor queira que eu lhe mostre alguma outra e...
- Não! - exclamou calmamente Frank. - Não precisa! Nunca tive medo de assombração e não é agora que terei.
Findou-se a conversa, e em uma semana todos os móveis do jovem estavam na casa cobertos por lençóis grossos e pardos para impedir que a tinta os danificassem. Frank estava impressionado com aquela casa, nunca vira na vida um lugar tão interessante e surreal. As escadas subiam em espirais até os quartos, na frente tinha um jardim (mal cuidado e com flores mortas), o chão de madeira depois de limpo (com muito esforço) se transformaria em um espelho bem polido, a sala oval com estantes com muitos livros antigos, a cozinha tinha um balcão de madeira no centro e os armários precisavam urgentemente serem trocados e tinha, claro, a porta branca. Frank não tinha ideia, mas ele adorou a porta mesmo pensando ser apenas "uma porta qualquer".
Mais tarde naquele dia, Frank foi ao mercado e voltou por volta das 20:00 horas quando pôs de lado a sacola de papel, encostando-a no corpo e subindo um pouco a perna esquerda para equilibrar, tocou a maçaneta da porta e sentiu uma onda inexplicável invadir seu corpo. O que viu ao abrir aquela porta foi totalmente inesperado.


Escrito por: Thanos
Editado por: Natália Dias

sábado, 9 de julho de 2016

Meu jeito

Lê um conto novo?
Tinha outros planos...
Ciranda com as amigas...
Ah! Já cansei desse povo.

Será que não me entendem?
eu quero ler um livro,
faço dele meu amigo,
só quero que me deixem.

E quando eu terminar?
terei conhecido
Humanos utópicos e
Amado os achar;

Não me leve a mal.
Ontem fiquei triste.
Só o livro pra me ajudar...
Acredite é normal...

Amanhã com certeza,
vou as procurar
sei que elas irão
novamente me aceitar

Por enquanto
eu leio, poesias e sonetos
amanhã fico com elas,
na rua o dia inteiro...